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  • Foto do escritorGiovanna Segismundo

Crise hídrica e a ameaça no fornecimento de energia

Crise hídrica é como tem sido chamada a falta de água para abastecimento humano em locais que normalmente não sofrem com a escassez e dispõem de grandes reservatórios e boa quantidade anual de chuvas, como os casos da Região Metropolitana de São Paulo, entre 2013 e 2015, e do Distrito Federal, desde o final de 2015 até o presente. Embora essas cidades situam-se em regiões de altos índices de pluviosidade anual, elas foram atingidas por secas extremas, que colapsaram seus reservatórios de abastecimento hídrico, e seus moradores foram submetidos a estratégias de racionamento de água.


Nos 2 casos acima, o problema foi a falta de água nos reservatórios para consumo humano e não chegou a ameaçar a capacidade de geração de energia, que no Brasil depende fortemente da energia hidrelétrica. Muitos reservatórios são de uso específico, ou para água de consumo ou para geração de energia, mas muitos também são para uso conjugado dessas duas finalidades.


Em 28 de maio de 2021, o governo publicou um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro em cinco Estados brasileiros: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Destaca-se que todos os estados estão localizados na bacia hidrográfica do Paraná, no centro-sul do Brasil.


De acordo com especialistas, três fenômenos explicam a falta de chuvas no Brasil em 2021:

  • O desmatamento da Amazônia;

  • O aquecimento global causado por queima de combustíveis fósseis;

  • O fenômeno natural La Niña.


Considerando as previsões de afluência obtidas com as chuvas de 2020, prevê-se a perda do controle hidráulico dos reservatórios da bacia do Rio Paraná no segundo semestre de 2021, o que pode ocasionar dificuldades no fornecimento de energia para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.


Vivemos um risco de falta de energia, cujas medidas principais de emergência são a ativação de usinas termelétricas e o racionamento pela economia voluntária da população ou incentivada pela elevação das tarifas, o que já está em curso. É importante considerar que a falta de planejamento que considere os efeitos das mudanças climáticas e a falta de políticas de conservação de energia e otimização do uso contribuem para essa falta de segurança e resiliência do sistema de produção de energia no Brasil.


Com o objetivo de tentar conter os impactos dessa nova crise hídrica e evitar um racionamento de energia, o Ministério de Minas e Energias (MME) determinou a diminuição imediata do fluxo de água das usinas de Jupiá, entre as cidades de Andradina e Castilho (SP) e Três Lagoas (MS), e Porto Primavera, entre Rosana (SP) e de Batayporã (MS). Com a redução do fluxo mínimo para manutenção ambiental dos ecossistemas de jusante, quem também está pagando essa conta é o meio ambiente


Por enquanto, as reservas de água para consumo humano não possuem alertas de níveis baixos, mas é fato que a seca que afeta os reservatórios de geração de energia vai afetar estes.


Medidas de emergência para minimizar efeitos de crises de abastecimento e crises energéticas sempre recaem sobre a população, que paga a conta da falta de planejamento e ações estruturadas para aumentar a segurança operacional dos sistemas de saneamento e de energia.


Destaca-se que medidas de longo prazo como o aumento da eficiência das redes de distribuição de água através da redução de perdas e aumento da eficiência dos sistemas de iluminação pública através do uso de luminárias tipo LED são ações com efetivo impacto, onde todos os envolvidos saem ganhando, com a vantagem de ainda reduzir a emissão de carbono e minimizar as mudanças climáticas, sem que a população pague a conta da falta de planejamento e políticas públicas adequadas.



Fontes:


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